Muse fecha o Rock in Rio 2019 em show caprichado com cara de ficção científica
Banda trouxe show grandioso, mas parte do público foi embora após Imagine Dragons. Maior novidade foi o visual meio ‘Black Mirror’, com dançarinos futuristas e caveira gigante.
O fim do Rock in Rio 2019 foi com cara de filme de ficção científica. O show do Muse também teve tudo a ver com o Rock in Rio: rock de arena e visual de parque temático.
O sétimo e último dia do festival, deste domingo, foi o único com duas atrações principais. Mas o trio inglês foi a banda de encerramento, depois dos americanos do Imagine Dragons.
Se o show foi grandioso, a plateia foi menor do que a atração anterior, já que parte do público foi embora. Mas teve gente suficiente para fazer grandes coros como em “Uprising”, “Plug in baby” e “Hysteria”.
Foto: Marcelo Brandt/G1
O Muse trouxe a turnê de “Simulation theory” (2018), disco em que eles cantam sobre algoritmos e realidade virtual. O som mistura o rock “progressivo de arena” deles com eletrônica, synthpop e suposta influência de rap.
O capricho visual foi a maior novidade nesta sexta vez. O trio britânico de rock esteve no Brasil no Rock in Rio 2013 e no Lollapalooza 2014. Além disso, eles abriram turnê do U2 por aqui, em 2011, e tocaram sozinhos em 2008 e 2015.
Pisca-pisca e ‘bonecão do posto’
O show começou com exército de trompetistas dançarinos com roupas piscantes. O vocalista Matt Bellamy veio fantasiado de androide. Depois, os dançarinos voltam vestidos de algo como trabalhadores de usina nuclear.
As roupas de Bellamy vão variando ao longo do show. No bis, sobe uma alegoria inflável tipo bonecão do posto gigante, com a figura de um esqueleto androide.
O Iron Maiden, com sua turnê de terror teatral, ficaria com inveja. Outra que curtiria seria a Pink, que fez o outro bom show da trilogia Cirque Du Soleil desse Rock in Rio 2019.
Tendências com delay
A estética atual do Muse lembra o “synthwave” e o “vaporwave”, uma estética modernista e retrô ao mesmo tempo que ficou em voga há alguns anos, e que recentemente foi apropriados e adaptados por militantes de extrema-direita na internet.
Mas, aparentemente, o Muse não apoia esses novos adeptos conservadores. Eles só chegaram atrasados na onda mesmo, assim como fizeram no disco “The 2nd Law” (2012), com influência do dubstep quando o estilo de eletrônica grave já tinha passado do auge.
Futuro da guitarra?
Um mérito inegável é que os três fazem, com pouca ajuda, um som mais impactante do que a maioria das bandas do dia do metal, que tinham três pessoas só para tocar guitarra.
Eles ainda fazem um esquema à la U2 de aproveitar bastante o palco e a passarela, se movendo bastante, de modo que o trio acaba valendo por dez. Tudo bem pensadinho: a ida de Chris Wolstenholme à frente no incrível riff de baixo de “Hysteria” é demais.
O final do Rock in Rio foi uma boa demostração de duas bandas que continuam a levar rock para as massas com estratégias opostas: o Imagine Dragons tenta fazer diferente com pouca guitarra e Muse tenta usar muita guitarra de formas diferentes.
Foto: Alexandre Durão/G1
Foto: Marcelo Brandt/G1
Fonte:Por Rodrigo Ortega, G1
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